Os últimos resultados da Cemig foram expressivos: lucros de R$ 1,2 bilhão no primeiro trimestre e de R$ 750 milhões entre abril e junho. Mesmo com a queda, o número do segundo trimestre significa crescimento de 20% sobre o mesmo período de 2013. Esse avanço garantiu à ação da empresa de energia elétrica uma ascensão de 53,8% no acumulado de 2014, até 5 de setembro.
A alta seguiu a alteração das regras do setor pelo governo federal, com a Medida Provisória 579, em 2012. O objetivo era baixar a tarifa de energia para o consumidor final em 20%. O meio: antecipar a renovação das concessões de usinas em troca de redução do preço médio pago pelo megawatt-hora (MWh) para R$ 30. Tendo em vista a perda financeira, Cemig, Cesp e Copel não aceitaram a proposta. Os contratos em vigor foram mantidos — no caso da Cemig, por R$ 140 o MWh. A escassez de chuvas, no entanto, levou a um desequilíbrio entre oferta e demanda gerado pela queda da produção das hidrelétricas. Como resultado, as distribuidoras tiveram de recorrer ao mercado de curto prazo, no qual o preço atingiu estratosfériocos R$ 822,83 em setembro, beneficiando comercializadoras desse segmento — entre elas a Cemig.
No mesmo mês, contudo, diversos bancos mudaram sua perspectiva para o papel da empresa. O BTG Pactual transformou a recomendação de compra em neutra. O J.P. Morgan baixou de neutra para abaixo do índice de mercado. E o Itaú BBA, embora preveja desempenho em linha com o do mercado, recomendou postura mais cautelosa. Essas mudanças ocorreram não apenas porque as ações já teriam subido muito, mas sobretudo por causa de um horizonte judicial nebuloso.
Na corte, a Cemig trava uma batalha decisiva com o governo federal pela usina de Jaraguá. A empresa reivindica prorrogar por mais 20 anos a concessão, vencida em 2013, enquanto a União quer a hidrelétrica de volta. Por enquanto, uma liminar permite à companhia manter a posse e comercializar sua energia no mercado de curto prazo. A decisão final sobre Jaraguá, provavelmente no Supremo Tribunal Federal, define o cenário para outras disputas que podem acontecer entre a companhia mineira e o governo federal. Na mira, as usinas de São Simão e de Miranda.
Não é pouca coisa: juntas, as três hidrelétricas respondem por 36,5% da capacidade total de geração da empresa. “Prevemos um cenário em que a Cemig será obrigada a depositar os lucros no tribunal”, dizem os analistas Paula
Kovarsky, Giuliano Ajeje e Arthur Pereira, do Itaú BBA. Para não ficar refém dessa perspectiva desfavorável, a empresa adotou a estratégia de participar de todos os leilões de geração de energia que puder, inclusive de outras fontes, como a solar.
A escolha das companhias para esta seção é feita a partir de um levantamento da Economática com a oscilação e o volume negociado mensalmente por ações que possuem giro mínimo de R$ 1 milhão por dia. A partir daí, são escolhidas aquelas que se destacam pelas variações positivas e negativas nos últimos seis meses.
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