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Ser do Brasil não é mais garantia de sucesso: empresas correm atrás dos estrangeiros
06/02/2014

Na festa VIP do mercado de capitais internacional de um tempo atrás, uma empresa brasileira querendo dinheiro de fora só precisava dizer: “Psiu, sou do Brasil.” Mas não é mais assim. Ninguém se garante mais citando o nome do país que outrora já foi maçã dourada no banquete emergente. Na conversa que tive com Andrew Kyzyk e Jason Paltrowitz, diretores do OTC Market Group, nesta terça-feira, eles avisaram: a melhor estratégia para empresas brasileiras agora é se posicionar globalmente em seus setores, em vez de contar com o fator local.

Eles adiantaram que há uma empresa brasileira prestes a listar american depositary receipts (ADRs) na plataforma operada pelo grupo. Essa companhia, dizem, resistiu durante muito tempo à ideia de ter papéis negociados lá. Agora, com investidores tirando dinheiro de emergentes como o Brasil, ela resolveu se colocar na vitrine do OTC QX (o segmento com regras mais rígidas). “Antes a situação estava fácil, era só esperar. Agora, os profissionais de relações com investidores estão tendo que viajar mais e ir atrás dos investidores”, diz Kyzyk.

Motivos não faltam para os investidores estarem #chatiados com o Brasil. A intervenção do governo nas elétricas já deixou muita gente com o pé atrás, afinal, grandes pagadoras de dividendos viram seus lucros serem abocanhados em nome do controle da inflação. A pressão para baixar os juros dos bancos comerciais em nome da expansão do consumo também deixou o pessoal com o nariz torcido. Nas entrevistas que fiz para a reportagem Bye Bye Brasil, publicada em 2013, havia uma unanimidade no discurso dos gestores: eles não pensavam em eliminar o Brasil de suas carteiras, mas estavam riscando da lista qualquer empresa ou setor em que a mão do Estado pudesse pesar. Para completar, teve agência de rating ameaçando tirar o nosso grau de investimento.

Soma-se a isso o fato de que nosso PIB não tem crescido muito ultimamente, os mercados emergentes como um todo foram alvo de retiradas de investimento e os Estados Unidos se recuperam a toda da crise de 2008 — o índice S&P500 subiu 19,8% entre o começo de 2013 e 5 de fevereiro deste ano, conforme dados da Economatica.

O lado bom de tudo isso é que os gringos continuam achando que o País tem potencial de crescimento em vários setores — saúde, educação e consumo, por exemplo. Eles também veem o Brasil como um dos menos corruptos e mais bem regulados dos BRICs, o que deixa o investidor um pouco mais seguro para se aventurar por aqui. E, por incrível que possa parecer, somos mesmo, de acordo com dados da Transparência Internacional. O Brasil foi classificado em 72o lugar entre 177 países no índice de percepção de corrupção da entidade, enquanto a China ficou em 80o, a Índia em 94o e a Rússia em 127o.


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